Saudações, guerreiros da Luz.
Como temos visto em alguns
pergaminhos, Lord of the Rings 5e traz, além de um cenário rico e interessante,
uma oportunidade única de jogar D&D 5e como um jogo de aventura e superação
de desafios, ao invés do “espaço seguro” debilitante e insatisfatório que a
WotC tem nos apresentado nos últimos anos.
As aventuras ambientadas em Lord
of the Rings 5e se passam no ano 2965, exatas duas décadas desde a Batalha dos
Cinco Exércitos, marco importante que encerrou o livro O Hobbit. É uma época em
que o poder do Senhor do Escuro está crescendo, e heróis são realmente
necessários. Neste sentido, temos no livro básico representações bastante
impressionantes de arquétipos como o guerreiro mestre de armas, arqueiro,
paladino/senhor da guerra, ladino, bardo e como não poderia faltar, rangers bem
trabalhados como não vemos em D&D há mais de 20 anos.
Apesar disso, a magia na Terra-Média
é o elemento mais decisivo que normalmente afasta mestres e grupos de jogos
desta nobre ambientação. Isso ocorre porque a magia na Terra-Média é muito mais
restritiva do que o que temos como padrão em Forgotten Realms, Greyhawk e
principalmente nas ambientações mais novas de D&D que parecem saídas de
animes. No fundo, não é uma questão de certo ou errado, mas da característica
de cada cenário e preferência de cada grupo. Em termos de D&D, o “nível de
poder mágico” e perigo da ambientação na verdade lembra muito o clássico
Ravenloft.
Voltando à questão da magia, na
Terra-Média temos (3ª Era) apenas 5 Magos Verdadeiros (Istari), que se formos
analisar em detalhes, são mais clérigos/sacerdotes do que magos propriamente
ditos, porque são espíritos elevados enviados pelos Poderes do mundo, afim de
ajudar os povos livres a combater a Sombra. Apesar disso, a magia existe na
Terra-Média, especialmente entre os elfos e aqueles que tiveram um contato mais
próximo com eles. Itens mágicos, em especial armas mágicas, também existem em
quantidade considerável, mesmo que não possam ser compradas (em um pergaminho
futuro, trarei alguns exemplos de itens mágicos interessantes que se adequam ao
cenário).
Lord of the Rings 5e traz uma
relação interessante de Crafts (magias) que podem ser aprendidos por todos os
personagens, mas que obviamente são muito mais efetivos nas mãos da classe conjuradora,
o Scholar, que pode ser personalizado para servir como bardo, clérigo, mago ou
druida dentro dos limites do cenário. Estes limites, no entanto, podem ser
expandidos, com o devido respeito ao cenário, de modo a oferecer uma maior
variedade de magias e capacidade de conjuradores a utilizarem. Duas formas
simples de fazer isso são:
AJUSTANDO A CLASSE SCHOLAR
A classe Scholar é caracterizada
por representar os conjuradores da Terra-Média, mas ainda conferindo
habilidades secundárias importantes que os tornam úteis mesmo quando não
possuem magias. O ajuste abaixo é bastante simples, mas permite que eles se
caracterizem mais dentro do arquétipo do conjurador clássico.
Restrições:
- Dado de Vida: d6
- Proficiência com Armaduras:
Nenhuma
Bônus:
- No 1º nível, o Scholar recebe
um bônus de Craft Points igual ao seu bônus de proficiência.
Deste modo, o Scholar é capaz de
conhecer e conjurar um número expressivamente maior de magias, mas em
contrapartida, não é tão resistente quanto classes híbridas como o Mensageiro.
CRIANDO NOVOS CRAFTS
O mestre pode, dentro de certos
limites, criar novos Crafts utilizando como base Cantrips do jogo base de
D&D, deixando os mesmos exclusivos para Scholars elfos ou, flexibilizando
muito, para membros de outras raças que tenham de algum modo aprendido os
mesmos com um elfo conjurador (essa segunda hipóteses realmente forçaria o
jogador e criar uma ótima história, o que seria positivo). Cantrips como “Thunderclap”,
“Prestidigitation” e “Minor Ilusion” se encaixariam bem no cenário. Eles
poderiam evoluir conforme o nível do Scholar, mas consumiriam craft points cada
vez que fossem lançados.
Finalizando, a Terra-Média impõe diversas
limitações para aqueles de nós acostumados com mundos padrão de D&D, mas
para todos que desejam um cenário mais desafiador e com muita história, Lord of
the Rings 5e é uma excelente escolha. Especialmente para grupos que começaram
com D&D 5e e não puderam sentir o quão gratificante é jogar uma aventura
onde o perigo de derrota e morte dos personagens são verdadeiramente reais.
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