sexta-feira, 16 de fevereiro de 2024

Expandindo a magia em Lord of the Rings 5e

Saudações, guerreiros da Luz.

Como temos visto em alguns pergaminhos, Lord of the Rings 5e traz, além de um cenário rico e interessante, uma oportunidade única de jogar D&D 5e como um jogo de aventura e superação de desafios, ao invés do “espaço seguro” debilitante e insatisfatório que a WotC tem nos apresentado nos últimos anos.

As aventuras ambientadas em Lord of the Rings 5e se passam no ano 2965, exatas duas décadas desde a Batalha dos Cinco Exércitos, marco importante que encerrou o livro O Hobbit. É uma época em que o poder do Senhor do Escuro está crescendo, e heróis são realmente necessários. Neste sentido, temos no livro básico representações bastante impressionantes de arquétipos como o guerreiro mestre de armas, arqueiro, paladino/senhor da guerra, ladino, bardo e como não poderia faltar, rangers bem trabalhados como não vemos em D&D há mais de 20 anos.

Apesar disso, a magia na Terra-Média é o elemento mais decisivo que normalmente afasta mestres e grupos de jogos desta nobre ambientação. Isso ocorre porque a magia na Terra-Média é muito mais restritiva do que o que temos como padrão em Forgotten Realms, Greyhawk e principalmente nas ambientações mais novas de D&D que parecem saídas de animes. No fundo, não é uma questão de certo ou errado, mas da característica de cada cenário e preferência de cada grupo. Em termos de D&D, o “nível de poder mágico” e perigo da ambientação na verdade lembra muito o clássico Ravenloft.

Voltando à questão da magia, na Terra-Média temos (3ª Era) apenas 5 Magos Verdadeiros (Istari), que se formos analisar em detalhes, são mais clérigos/sacerdotes do que magos propriamente ditos, porque são espíritos elevados enviados pelos Poderes do mundo, afim de ajudar os povos livres a combater a Sombra. Apesar disso, a magia existe na Terra-Média, especialmente entre os elfos e aqueles que tiveram um contato mais próximo com eles. Itens mágicos, em especial armas mágicas, também existem em quantidade considerável, mesmo que não possam ser compradas (em um pergaminho futuro, trarei alguns exemplos de itens mágicos interessantes que se adequam ao cenário).

Lord of the Rings 5e traz uma relação interessante de Crafts (magias) que podem ser aprendidos por todos os personagens, mas que obviamente são muito mais efetivos nas mãos da classe conjuradora, o Scholar, que pode ser personalizado para servir como bardo, clérigo, mago ou druida dentro dos limites do cenário. Estes limites, no entanto, podem ser expandidos, com o devido respeito ao cenário, de modo a oferecer uma maior variedade de magias e capacidade de conjuradores a utilizarem. Duas formas simples de fazer isso são:

 

AJUSTANDO A CLASSE SCHOLAR

A classe Scholar é caracterizada por representar os conjuradores da Terra-Média, mas ainda conferindo habilidades secundárias importantes que os tornam úteis mesmo quando não possuem magias. O ajuste abaixo é bastante simples, mas permite que eles se caracterizem mais dentro do arquétipo do conjurador clássico.

Restrições:

- Dado de Vida: d6

- Proficiência com Armaduras: Nenhuma

Bônus:

- No 1º nível, o Scholar recebe um bônus de Craft Points igual ao seu bônus de proficiência.

Deste modo, o Scholar é capaz de conhecer e conjurar um número expressivamente maior de magias, mas em contrapartida, não é tão resistente quanto classes híbridas como o Mensageiro.

 

CRIANDO NOVOS CRAFTS

O mestre pode, dentro de certos limites, criar novos Crafts utilizando como base Cantrips do jogo base de D&D, deixando os mesmos exclusivos para Scholars elfos ou, flexibilizando muito, para membros de outras raças que tenham de algum modo aprendido os mesmos com um elfo conjurador (essa segunda hipóteses realmente forçaria o jogador e criar uma ótima história, o que seria positivo). Cantrips como “Thunderclap”, “Prestidigitation” e “Minor Ilusion” se encaixariam bem no cenário. Eles poderiam evoluir conforme o nível do Scholar, mas consumiriam craft points cada vez que fossem lançados.

Finalizando, a Terra-Média impõe diversas limitações para aqueles de nós acostumados com mundos padrão de D&D, mas para todos que desejam um cenário mais desafiador e com muita história, Lord of the Rings 5e é uma excelente escolha. Especialmente para grupos que começaram com D&D 5e e não puderam sentir o quão gratificante é jogar uma aventura onde o perigo de derrota e morte dos personagens são verdadeiramente reais.

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