sexta-feira, 17 de maio de 2024

D&D de Valor: AD&D

Saudações, guerreiros da Luz.

Apesar do que os cultistas da Estrela Vermelha e seus servos da Red Globe tentam passar, a situação no extremo sul da Ditadura de Bananil continua grave, especialmente nas aldeias menores. Por essa razão, me afastarei por algumas semanas para me concentrar em um projeto de arrecadação e distribuição logística que desenvolvi no local onde trabalho, para ajudar a fazer com que aquilo que seja realmente necessário chegue de forma rápida e sem burocracia àqueles que mais precisam.

Antes deste afastamento momentâneo, no entanto, gostaria de deixar um último pergaminho a respeito de D&D. A catastrófica gestão da WotC nos últimos anos (que está se repetindo de forma patética pela Games Workshop, que conseguiu em algumas semanas destruir completamente décadas de legado do célebre Warhammer), há poucos jogadores reais que ainda acreditam haver esperança para o futuro de D&D. Infelizmente, eu não sou um deles, e penso que o jogo está morto e destruído em sua encarnação atual, de modo que nos resta apenas escolher nossa edição favorita e continuar trabalhando nela para que o legado em si não seja completamente perdido.

Como já comentei aqui em algumas ocasiões, não jogo há algum tempo, e a 3ª Edição de D&D foi a que mais joguei nos meus 25 anos de hobby. De todas as edições, esta é aquela que apresenta o melhor conjunto de regras e estrutura. Mesmo os adolescentes que começaram a jogar com D&D 5e e saúdam essa versão como o “melhor D&D” são incapazes de sustentar que em termos de regras, a 3ª edição é mais a mais completa que jamais foi feita. Ainda assim, minha edição favorita continua sendo a 2ª, o AD&D.

Muitos jogadores que começaram em meados dos anos 2000 acusam o AD&D de ser “complicado”, usando o Thac0 como maior ponto para sustentar esse argumento. A verdade, no entanto, é que apesar do Base Attack da 3ª edição ser mais intuitivo do que o Thac0, não há nada de complicado aqui: Da 3ª edição em diante, o ataque tem sido rolado da seguinte forma: Base Attack + bônus de atributo +d20, de modo que quanto mais alto o valor, melhor. No AD&D, o ataque era rolado usando o valor do Thac0 – d20, de modo que quanto menor o resultado, melhor. Apesar de ter as informações relativamente mal organizadas, era muito mais rápido e simples criar e evoluir personagens no AD&D do que em qualquer outra edição do jogo. Para o bem e para o mal, os combates também eram muito mais rápidos, simples e brutais. Apesar de D&D 3e ser muito melhor organizado e mais intuitivo, AD&D não é complicado de aprender, e em momentos como criação e evolução de personagens e condução de combates, é muito mais simples. E como muitas situações não eram cobertas por regras para serem decididas pelo mestre em comum acordo com os jogadores, havia maior flexibilidade também. Em termos de filosofia de jogo, D&D 3e era focado em seu robusto e bem elaborado sistema de regras, enquanto AD&D era focado em suas ambientações e na forma de contar a história. Ambas abordagens possuem seus méritos, diferente do que ocorre em D&D 4e e 5e, onde a filosofia do jogo era criar personagens que se sentissem poderosos e próximos ao que vemos em MMOs como World of Warcraft.

Em suma, tudo se resume a uma questão de gosto, mas por uma diferença pequena, prefiro AD&D à D&D 3e, sendo desnecessário comparar esses dois ótimos jogos com D&D 4e e D&D 5e, que lembram muito mais MMOs de mesa do que RPGs propriamente ditos. Para mim, o que torna o AD&D um pouco melhor do que D&D 3e é o clima que o jogo consegue passar; por trabalhar uma escala de poder menor, consigo visualizar aventuras como as de O Senhor dos Anéis e Dragonlance de forma mais fidedigna jogando AD&D do que D&D 3e. A quantidade e qualidade de material de cenários clássicos lançados na época é outro fator de destaque para mim. De qualquer forma, tudo se resume a preferências pessoais. Como toda versão de D&D, AD&D também tem seus problemas e limitações.

Àqueles que não conhecem o jogo, deixo minha sugestão de que o façam assim que possível. Os livros não são tão didáticos e bem organizados como os da 3ª ou mesmo 5ª edições, mas ainda assim, valem à pena serem lidos. Aos interessados, os 3 livros básicos do AD&D, em versão revisada, com acabamento "premium" e em português, podem ser baixados gratuitamente neste PORTAL.

Que bons ventos os acompanhem, especialmente a vós, nobres irmãos do sul.

3 comentários:

  1. Gronark, o Senhor do "Amor"18 de maio de 2024 às 13:01

    Está perdendo tempo ao tentar angariar ajuda para a província do sul, Senhor dos Tolos. Os servos da Estrela Vermelha estão trabalhando incansavelmente para maximizar até o limite os efeitos do diluvio invocado pelo ritual da Rainha das Súcubos! Além disso, muitas pessoas já estão corrompidas e estão adorando ver as desgraças dos outros, só precisa ver os vídeos abaixo! São verdadeiros exemplos de “amor”, HAHAHAHAHAHA

    https://www.youtube.com/watch?v=4rAZasIBZew

    https://www.youtube.com/watch?v=wmv8duT3EBU

    O Verdadeiro D&D que realmente possui valor é aquele que foi lançado depois de 2014, afinal, segundo meu cultista Jeremy Crawford será lançado agora, o “NoD&D”, onde todos poderão ser, e fazer, o que quiserem, desde que os personagens tenham a mesma etnia dos jogadores, é claro! Para isso, até foi revelado a capa do novo livro do jogador, e mudaram a etnia da Yolande, a rainha do reino élfico de Celene, tudo isso para “modernizar” o cenário de Greyhawk! O “amor” finalmente chegou no cenário de Gygax, HAHAHAHAHA

    https://www.gameinformer.com/sites/default/files/2024/05/13/a866256d/dnd01.jpg

    https://www.gameinformer.com/sites/default/files/2024/05/13/ea5c9830/gi_dnd_front.jpg

    Até mesmo o fóssil do Greyhawk Grognard está tão feliz quanto um “cemitério” no novo vídeo dele!

    https://www.youtube.com/watch?v=sy4X6_url3M

    Aproveitando o gancho da modernidade, agora a história do Japão também está sendo “atualizada” para os tempos “modernos”, já que o novo Assassin’s Creed terá como protagonista o Yasuke, o africano que era o “guarda-costas-escudeiro” de Oda Nobunaga. Sim, um homem de pele escura com 1,90m de altura num país onde todos tem pele clara e 1,50m não vai chamar nenhuma atenção e poderá ser um super assassino. Mas o melhor de tudo é que agora toda mídia vermelha está dizendo que os “asiáticos são brancos” e que não podem reclamar, sem falar que estão acusando o Japão de ser um povo racista por não aceitar essa revisão. Mais uma vitória do “Amor”, HAHAHAHAHAHAHAHA

    https://www.youtube.com/watch?v=lzrq-relANE

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    1. Tolo demônio, sua Rainha das Súcubos já retornou aos planos inferiores de onde jamais deveria ter saído (meu único lamento nisso é que ela não tenha levado seus admiradores daqui consigo). E apesar da "ajuda generosa" da Estrela Vermelha e da "competência" do governante do estado, os reinos do sul se erguerão, ser nefasto, graças ao trabalho incansável dos seguidores da Cruz Sagrada e de incontáveis heróis anônimos que salvam vidas todos os dias. Vocês não prevalecerão, e seus cultistas pagarão caro por esse sacrifício de inocentes!

      (Sobre o novo D&D, realmente, não há o que falar. A cada nova notícia, é uma sensação de asco nova. Quando vi por acaso a nova capa, notei a "elfa gorda de pele negra" no centro, e já foi possível imaginar tudo o que está por trás disso dentro do livro. Como não havia lido nenhuma descrição, não fazia ideia de que aquela era rainha Yolande, e não imaginei que o restante fosse parte do grupo liderado por Strongheart. Eu reconheci a armadura no "paladino mascarado", mas achei que fosse apenas uma cópia aleatória. Mas se Yolande foi impossível de identificar, o mesmo pode ser dito sobre Molliver, que também foi "transformada" em algo "novo e atualizado". O mais patético é que nenhum dos jogadores novos que jogam D&D 5e havia nascido quando esses personagens fizeram história, o que indica que a WotC escolheu usá-los para chamar jogadores da nossa geração. Mas fazem isso tentando empurrar uma inclusão forçada e desrespeitosa de negros, pintando de marrom a pele de personagens caucasianas achando que nós apoiaríamos isso. Só reforça aquilo que venho dito há anos: Nada de bom virá da WotC, assim como nada de bom virá da GW. O nobre Gronard tem razão em se sentir mal pelo hobby, assim como Henry Cavill ao ver sua franquia favorita de fantasia sendo destruída na frente de seus olhos.

      E já tocando nesse assunto, agora a Ubisoft decidiu afundar sua franquia Assassin's Creed. E claro, a culpa da rejeição de seu samurai/ninja de pele escura em pleno Japão feudal é culpa dos asiáticos que repudiaram a "inclusão". Os japoneses estão certos em não aceitar isso. E como qualquer pessoa com um mínimo de discernimento entende, não se trata de racismo, apenas de eloquência. Independente do fato de que Oda Nobunaga, em algum momento, teve um vassalo negro. Se uma empresa ambienta um jogo de romance histórico em uma dada região, é absolutamente natural que as pessoas dessa região desejem ser representadas. Os japoneses estão certos, e este é mais um jogo fadado ao fracasso antes mesmo de começar.

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  2. Saudações, Sir Norris, seja muito bem-vindo.

    Também concordo que o espírito de D&D está mais forte e presente em AD&D do que em qualquer lugar, e sim, quando retornar às postagens, pretendo trabalhar nisso. Concordo também que a nós, mais velhos, cabe tentar, até onde nos é viável, ajudar, orientar e educar os mais novos. Em todos os campos de nossas vidas.

    Sobre a capa do novo D&D, também não gostei das referências, e notei o que disse sobre Molliver. No link abaixo, podemos ver como ela foi concebida originalmente:

    https://media.wizards.com/2021/dnd/dragon/39/dnd_dra39_questheartstone.pdf

    Bem diferente daquilo que aparece na versão "atualizada" do jogo.

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