segunda-feira, 4 de setembro de 2023

D&D de Valor: Old Dragon 2

Saudações, nobres almas!

Como a maioria de nós se lembra, a primeira versão de Old Dragon tinha uma premissa básica bastante sólida: Trazer um jogo Old School (com todas as suas virtudes e limitações) bem feito, simples e acessível. A equipe de criação, composta por pessoas que realmente jogavam e conheciam as raízes do D&D foi muito bem-sucedida em sua missão. Old Dragon, como qualquer sistema, não era perfeito, mas os criadores do mesmo foram capazes de entregar um trabalho competente, e tiveram a humildade de reconhecer que ajustes poderiam e deveriam ser feitos caso o mestre e jogadores assim sentissem necessário.

Meses atrás, se encerrou uma campanha de financiamento coletivo extremamente bem-sucedida do novo Old Dragon 2, que mantinha as mesmas premissas do anterior, mas buscou (e conseguiu) melhorar o trabalho original em todos os sentidos. Old Dragon 2 tinha ainda mais elementos Old School, era ainda mais simples, já que várias mecânicas foram padronizadas e mais acessível, uma vez que a nova organização, diagramação e ilustrações conseguiram ficar em um patamar superior ao de Castles & Crusades, outro ótimo jogo Old School. Old Dragon 2, de uma forma simples e bem organizada, foi capaz de sanar diversos pequenos gargalos mecânicos da edição anterior, e assim como seu predecessor, deixa claro que mudanças podem e devem ser feitas se esta for a vontade do mestre e jogadores. E ao contrário de jogos mais recentes como One D&D e Pathfinder II, Old Dragon 2 não se cursou perante a subversão ideológica que tem acometido o RPG nos últimos anos. Apenas por esse fato, o sistema já merece aplausos.

Um ponto que sempre me incomodou no Old Dragon original era o fato do Ranger estar alocado na classe do Ladrão. Fazia sentido ter aqui um Batedor/Scout, mas não um Ranger, uma vez que o “exemplar” da classe é Aragorn, um dos maiores guerreiros da Terceira Era da Terra-Média. A classe aparecia em AD&D dentro do grupo dos Homens de Armas, e o “ranger ladino” é uma construção baseada em MMOs, uma realidade totalmente distante de RPGs de mesa, especialmente os Old School. Em Old Dragon 2, o Ranger continua no grupo dos Ladrões, mas agora, todas as especializações podem ser obtidas no 1º nível (uma grande e sensata melhoria), e é muito fácil “tirá-lo” de lá e colocá-lo no grupo dos Guerreiros caso esse seja o desejo do grupo. Criar novas especializações que se adequem às necessidades da mesa também ficou consideravelmente mais simples.

Meu ponto aqui é que, como em qualquer sistema, sempre haverá coisas que mestres e jogadores prefeririam de outra forma. Mas em Old Dragon 2, essas mudanças e adequações são bastantes simples de serem implantadas. Tomemos o Bárbaro como outro exemplo: A especialização está bem feita, mas em termos de mecânicas de combate, não consegue retratar tão bem arquétipos como Conan. É possível fazer um pequeno ajuste alinhando essa questão, e sem transformar a classe no monstro quase irreal que o bárbaro se tornou em versões mais recentes de D&D. Trabalhar com apenas três Alinhamentos Morais, como era no antigo D&D original, não atenderia as necessidades do meu grupo, mas é simples implantar os 9 Alinhamentos de AD&D/D&D 3 e fazer pequenas adequações em algumas classes e itens. Resumindo, fazer pequenas adequações aqui é simples, porque o sistema não se propõe a ser "perfeito" e foi desenhado de forma coerente e competente.

Uma vez que a campanha de financiamento arrecadou quase oito vezes mais do que o necessário para viabilizar o projeto, Old Dragon 2 conta com uma plataforma digital bem semelhante ao D&D Beyond. Mas independente de questões mercadológicas e como esse recurso será usado, Old Dragon 2 tem tudo para ser uma referência de peso e positiva no mercado de RPG; um trabalho bem feito, com foco no legado do jogo e na diversão.

Neste PORTAL é possível conferir todos os livros do sistema, e baixar, gratuitamente, o PDF do Livro I: Regras Básicas

3 comentários:

  1. Gronark, o Senhor do Amor5 de setembro de 2023 às 16:01

    Os esforços para tentar divulgar o Old Dragon 2º e outros sistema Old School é inútil, Senhor dos Tolos. Os jogadores novos repudiam qualquer jogo que coloque o mínimo de dificuldades para seus “avatares”, afinal, é traumatizante para essas pessoas perderem um jogo já que não conseguem distinguir a ficção da realidade! No fim, o No-OneD&D dos meus Bruxos da Costa irá triunfar no final, tudo graças ao jogo “Gomorra’s Gate 3”, HAHAHAHAHAHAHA

    Falando em Gomorra, já estreou a segunda temporada da “Roda de Sodoma” dos meus cultistas da Amazon. Tenho o orgulho de dizer que meus servos conseguiram se superar e destruíram completamente qualquer resquício de honra e dignidade que a obra de Robert Jordan possuía! O 1º episódio já começa na Torre Branca mostrando as aes sedai vivendo como verdadeiras libertinas, com direito as mulheres lambendo os beiços (literalmente) vendo o treinamento de seus guardiões semi-nus, sem falar nas cenas de “fuqui-fuqui” com trisais, onde mostra claramente dois guardiões se “pegando” junto com sua mestra sem se importar se outras pessoas estão olhando, incluindo às aprendizes menores de idade (sério mesmo). Tem até direito à aprendiz Egwene tendo aulas de “Kama Sutra” para “satisfazer” dois parceiros ao mesmo tempo com uma aes sedai glutona que come doces usando talheres de ouro. Em outro episódio a ex-sabedoria Nynaeve consegue viver o seu sonho de vida, que é viver como matriarca de um trisal formado por ela junto de Perrin e de Al'Lan Mandragoran, com direito a uma “filha de dois pais”. Também temos Rand al'Thor, o poderoso “Dragão Renascido”, que apenas vive cuidando de loucos num hospício e fazendo “fuqui-fuqui” com uma mulher de meia-idade que é uma verdadeira “papa-anjo”. No fim, o legado de Jordan foi “modernizado” e quem criticar será cancelado, HAHAHAHAHAHAHAHA

    (O Old Dragon 2º é uma boa opção pra jogo, sem falar que infinitamente mais barato que o D&D 5e, e também não vai exigir uma assinatura vitalícia como o No-OneD&D. Particularmente o pessoal aqui decidiu continuar com o OD 1º por ser mais simples pros jogos de Dark Sun e Castle Greyhawk.

    Eu pensava que a Amazon não poderia se superar em destruir uma obra mas conseguiram! Transformaram a Torre Branca num verdadeiro cabaré, sem falar que sexualizaram os homens ao ponto da objetificação completa, sendo que são as mesmas pessoas que choram quando um homem olha uma mulher bonita. A minha esposa se sentiu ofendida, porque ela gosta dos livros, tanto que as “bruxas” de Greyhawk, que ela e a Júlia fizeram, são uma mistura das Aes Sedai da “Roda do Tempo” misturadas com as Bene Gesserit do “Duna. Os únicos personagens que tornam esse negócio “quase” assistível são o Perrin e o Matt, porque o Rand sendo o “novinho” da Papa-Anjo não dá!

    A culpa de tudo isso se deve ao Game of Thrones! Esse seriado colocou tantas cenas de fuqui-fuqui que atraiu um monte de depravados consumistas, e agora todas as séries e jogos de fantasia que fizerem depois disso vai seguir essa cartilha, como o “Gomorra’s Gate 3”, “Roda de Sodoma” e quero ver o que vão fazer com “Senhores do Lacre”, porque já prometeram que vão apelar pra sexualização pra atrair depravados.)

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Percebo que neste mundo depravado, a veneração a Erü foi substituída pelo culto a Morgoth, como aconteceu nos últimos dias de Númenor. Mas as consequências disso virão, demônio, assim como vieram para os numenorianos. E não se esqueça que na Queda de Númenor, Sauron, o arquiteto de todo o mal, pagou um preço que jamais imaginaria ser possível pagar. Você e os seus buscam a destruição do mundo, mas não estarão a salvo dela. Lembrem-se disso.

      (É tão triste quanto inacreditável. Achei que eles não conseguiriam piorar mais aquele lixo que fizeram com a Roda do Tempo, mas você deixou bem claro que eu estava errado. Eles realmente estão desesperados por qualquer tipo de audiência, e já demonstraram não ter respeito algum pela obra original. Assim como fizeram com a série Rings of Power, o que eles realmente desejam é destruir completamente todo o bem criado pelos escritores originais. No caso da roda do Tempo, o escritor Brandon Sanderson (que escreveu os últimos livros após a morte de Jordan), serviu como consultor criativo na primeira temporada, mas fez críticas extremamente fortes quanto ao que fizeram com a história. Em uma delas, ele inclusive mencionou que não era certo e não adiantava tentar transformar A Roda do Tempo em um Game of Thrones. Desnecessário dizer que ele foi afastado da produção e que seu conselho não foi seguido. Game of Thrones realmente trouxe uma profusão daquilo que existe de pior nas pessoas, e hoje, muitos tentam capitalizar em cima dessa degeneração. Felizmente, os verdadeiros fãs de fantasia repudiam essa abordagem em suas obras, e a quantidade de pervertidos que assistem a esses "shows" não é o bastante para bancá-los. Essa segunda temporada da roda do Tempo fracassará tão miseravelmente quanto a primeira temporada e Rings of Power. E logo, a Amazon anunciará mais uma demissão em massa para tentar estancar o prejuízo.

      Sobre Old Dragon 2, concordo plenamente. ele é bem mais barato e acessível do que D&D 5e, e por isso, gostaria muito de vê-lo como "principal RPG de fantasia" no Brasil, mas sei que isso infelizmente não acontecerá. E da minha parte, também prefiro o Old Dragon original, porque me lembra um intermédio entre AD&D e D&D 3e, reunindo os melhores pontos de ambos. Mas Old Dragon 2 é excelente, e cumpre muito bem aquilo a que se propõe. Em relação à D&D, é aquilo que muitos já comentaram. Nada de bom virá, e se ainda era possível encontrar alguns bons materiais da 5a edição até meados de 2019, da pandemia em diante a WotC deixou bem claro que pretende destruir todas as bases fundamentais do jogo. Mas em termos de mercado, penso que ironicamente Gomorra's Gate 3 irá quebrar One D&D. Jogo digital por jogo digital, a maioria irá preferir permanecer com o jogo da Larian. É mais visual, tão pervertido quanto, mais barato e consegue fingir ser um D&D tanto quanto One D&D conseguirá. No fim, restarão uma legião de "spinoffs" de outras empresas, DLCs de Baldur's Gate 3 e os verdadeiros jogadores de D&D voltando a usar edições antigas, mesmo em partidas fechadas online. Em resumo, a "guerra das edições" está para voltar e a WotC perderá mercado de uma forma ainda mais avassaladora do que quando foi lançada a 4a edição).

      Excluir
  2. Que boa notícia! Não sabia que havia rolado um financiamento coletivo para Old Dragon 2! Se tivesse sabido, certamente teria contribuído... Enfim, quem sabe para o Old Dragon 3, se um dia existir!

    "Old Dragon 2 não se curvou perante a subversão ideológica que tem acometido o RPG nos últimos anos. Apenas por esse fato, o sistema já merece aplausos." - que excelente notícia! Será que veremos este livro nas livrarias que ainda existem, ou será que só vai vender on-line?

    Entrei no site do Old Dragon e logo de cara já gostei da chamada do jogo: "Um jogo para heróis de...VERDADE!" - um belo tapa na cara de d&d5e e de todos os pseudo-rpgs que têm surgido recentemente e que não passam de MMO disfarçados recheados de idolatria ideológica.
    Achei interessante que eles estão abrindo a brecha para que autores independentes escrevam materiais para OD2. Pode ser que eu escreva e publique algo para esse sistema... Você tem bastante material pronto: pensa em publicar algo?

    ResponderExcluir