sexta-feira, 20 de outubro de 2023

A história do confronto entre Corellon e Gruumsh

Saudações, guerreiros da Luz.

Atualmente, por conta da pesada investida dos lordes Tanar’ri e seus Bruxos da Costa, a história e legado de diversas raças têm sido impiedosamente depredados e “atualizados”. Para fins de registro e esclarecimento dos mais jovens, compartilho aqui a verdadeira versão do fatídico confronto entre Corellon Larethian, o Pai dos Elfos e Gruumsh, o Deus dos Orcs.

"Do caos primordial no centro do universo surgiram os deuses. Cada deus clamou para si uma jurisdição sobre determinado efeito, e cada indivíduo tinha um poder igual, gerado da força do cosmos. Eles cooperaram pela primeira e ultima vez para criar os mundos. Mas alguns deuses usaram seus poderes mais sabiamente que seus irmãos.

Uma aliança nasceu entre os deuses mais sábios. Eles queriam conhecer melhor como manipular seu poder. Este grupo de deuses chamou a si mesmos de o Seldarine e concederam muito de sua essência para criar certos aspectos dos mundos. Enquanto outros deuses disputavam entre si autoridade e sobre o que cada um poderia criar, o Seldarine modificou alguns dos aspectos da terra, fazendo o mundo mais exuberante, verde e bonito. Além disso, eles criaram um o corpo de um ser, que um dia guardaria o espírito da primeira vida inteligente a por os pés no mundo - a raça de seres conhecidas como Elfos. Eles esculpiram estes seres com raciocínio e cuidado e lhes deram extraordinária beleza. Os outros deuses enegreceram de inveja, e desejaram imitar o Seldarine.

Os outros deuses rapidamente criaram também os corpos para criar seus futuros seres, para disputar com o Seldarine. Mas eles não investiram tanto tempo cirando suas raças e os resultados não foram tão bons - mas estes deuses não se importaram com isto. Suas criações não eram com as como aquelas moldadas pelo Seldarine. Muitos eram monstros, criaturas que um dia assombrariam os sonhos dos Elfos. De todas estas criaturas rudes, apenas o corpo reservado para abrigar a criatura conhecida como Homem possuía um lampejo de potencial, e eles teriam um dia a habilidade de mudar a terra como fariam os Elfos.

Os deuses das novas raças tentaram também apressadamente reproduzir a façanha dos deuses sábios por eons. Mas nenhuma criatura de grupo algum ganhou vida até o encontro histórico entre Corellon Larethian e Gruumsh, líder do Anti-Seldarine.

Quando o deus Gruumsh viu a criação do Seldarine, os Elfos, ele os considerou uma abominação - e ficou furioso. Pela primeira vez o desejo por sangue, pulsou em suas veias de deus. Gruumsh se preparava para destruir o Seldarine, e alguns deuses seguraram seu estandarte enquanto outros somente observaram sem interferir. Outros mais, como Moradin e Garl Glittergold, que eram alinhados com o Seldarine, estavam em outro local do universo, travando suas batalhas na grande guerra que posteriormente foi conhecida como Guerra do Amanhecer.

Quando o inflamado Gruumsh atacou Corellon Larethian, o líder do Seldarine, uma poderosa batalha começou, a Guerra dos Deuses. Quanto tempo ela durou sob os campos prateados dos planetas, ninguém sabe. Cada combatente infligiu grandes feridas no espírito e no corpo do seu oponente. Enquanto outros combatentes se uniram, caíram e ficaram a margem da luta (machucados, mas não mortalmente feridos), Gruumsh e Corellon não pararam. Ao contrário, eles continuavam em um duro combate. Atravessaram os planos e derramaram o sangue um do outro através das terras.

Como a noite se criou, os poderes de Gruumsh se fortaleceram, enquanto os de Corellon se esvaíram. Tudo parecia perdido para o Seldarine. Lágrimas da lua caíram sobre a face ferida de um Corellon tombado e se misturaram com o seu sangue. Neste momento, Corellon olhou seus companheiros - e encontrou forças. Ele pegou novamente sua espada e, em um terrível golpe, arrancou fora um olho de Gruumsh (que tornou-se também conhecido como Gruumsh Um Olho). O deus gritou de dor e um sangue negro de deus espirrou do ferimento. Gruumsh virou-se e fugiu para o mundo inferior. Lá nutriu seu ódio, procurando para sempre maneiras de forjar os inimigos do Seldarine. e uma das suas maiores criações, feitas no calor da fúria e do negrume de seu sangue, foram os Orcs. É por isto que, nos dias de hoje, os Orcs e Elfos são tão ferrenhos inimigos. Desde o início, mesmo antes da criação, as essências de seus deuses lutam um contra o outro.

Com a derrota de Gruumsh, o Seldarine e seus aliados continuaram o seus trabalho. O Seldarine colheu as lágrimas da lua e o sangue derramado por Corellon na grande batalha, e coloco-os no corpo que haviam criado e o infundiram de seus próprios espíritos. Cada deus concedeu seus valores a suas criações, alimentando e cuidando daquela nova raça. Deste modo nasceram os Elfos do sangue de Corellon Larethian, misturados com o solo do mundo, abençoados pelas lágrimas da lua, e próximos da condição divina.

Os outros deuses viram o exemplo e passaram a infundir a vida em suas próprias e imperfeitas criações, com resultados variados. Infelizmente todas as outras criações foram tristes imitações dos Elfos."

 

Essa é uma história extremamente importante na cosmologia de D&D, porque afeta intimamente a cultura e criação de duas das mais icônicas raças de fantasiado jogo. Apesar da história original do AD&D ser um pouco diferente, esta versão de D&D 3 narrada pelo ponto de vista dos elfos consegue detalhar melhor o que ocorreu no conflito e ainda fazer a ponte entre outra grande guerra travada por Corellon e seu povo contra Lolth, a Rainha das teias Demoníacas. A título de curiosidade, se buscarem por essa história em língua inglesa, perceberão que é extremamente difícil encontra-la; a mesma só pode ser achada nas Wiki clássicas de Forgotten Realms e Greyhawk, e só os deuses sabem até quando. Assim, preservemos e difundamos esses conhecimentos como forma de conter as mentiras e “atualizações” que os Bruxos da Costa estão fazendo desta e de tantas outras importantes histórias.

8 comentários:

  1. Cronwel, paladino de Helm21 de outubro de 2023 às 08:04

    Essa é a verdadeira versão da história. Qualquer coisa muito diferente disso deve ser completamente ignorada.

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  2. Gronark, o Senhor do "Amor"21 de outubro de 2023 às 12:30

    Essa história é falsa, Senhor dos Ventos! A verdadeira história do mito criação dos elfos está no livro “Mordenkainen's Tome of Foes”, onde é revelado que Corellon sempre foi um ser de “gênero fluido”, que vive tendo aventuras “amorosas” (como Bahamut) com outros seres, e o elfos que existiam também eram seres igualmente “coloridos”. Mas nem tudo era perfeito, pois Lolth era um ser que odiava essa “fluidez de gênero” e enganou os elfos para que esses escolhessem ter um “gênero fixo” e Corellon parou de amá-los por isso, mas alguns ainda conseguem trocar de gênero, igual alguns tipos de sapos, e somente esses são amados pelo “criador” do elfos (pai é uma palavra proibida já que é “patriarcal”). Além disso, o ódio que Gruumsh sente pelo Corellon é pelo fato desse ser colorido ter se recusado se “relacionar” com ele. Daí o senhor dos Orcs, tentou “abusar” de Correlon, e o deus colorido se defendeu ao arrancar o olho de Gruumsh num golpe de sorte. Essa é a verdadeira história, já que, segundo os meus servos, D&D nunca existiu antes da 5e, e o que existia era só material preconceituoso. Por isso temos que nos livrar dos jogadores antigos e abraçar a “modernidade”, HAHAHAHAHA

    (Eu acho que essa versão não é a do AD&D ou do 3.5, mas da 4e, porque eu lembro da Guerra do Amanhecer (Dawn War) ser mais da 4e, tinha uma parada na 3.5, mas a história da origem da luta que aparece no “Races of the Wild” mostra Lolth ajudando Gruumsh enquanto Sehanine ajudava o Corellon. Também tem uma “origem” deles no romance de Evermeet de Forgotten Realms.

    Na mesa aqui mudamos a história dos Seldarine para colocar os deuses do élficos do Warhammer no panteão; Asuryan (deus das estrelas e senhor da chama branca), Isha (deusa do Sol, da cura e da vida), Khaine (deus da guerra e destruição), Hoeth (deusa da magia e do conhecimento) e Vaul (deusa dos artesões, do fogo, das pedras e do aço). Só mudados o sexo de Hoeth e Vaul pra adaptar melhor na história.

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    1. Gronark, o Senhor do "Amor"21 de outubro de 2023 às 12:31

      É dito que Asuryan e Khaine viviam discutindo para ver quem deles seria o líder dos Seldarine, mas eles nunca concordavam, até que Hoeth e Isha deram a ideia de que os “filhos deles” se casariam, herdariam o controle do panteão e criaram uma raça a sua imagem. Ambos concordaram, e Asuryan tomou Isha como esposa enquanto Khaine tomou Hoeth.

      Do relacionamento de Asuryan e Isha nasceu Araushnee (Lolth) e Sehanine, enquanto de Khaine e Hoeth nasceram Corellon e Vaul. Mas teve um problema, já que só o Corellon nasceu homem, e ele herdou as habilidades de seus pais. Desapontado com Vaul, Khaine fez o mesmo que Heihachi Mishima fez com seu filho, que foi jogar a garota de um penhasco até o plano paraelemental da lava (fronteira entre os planos da terra e do fogo). Dessa forma, Corellon (um verdadeiro “chad” que tem seu sexo bem definido e não fica de “troca-troca”), tomou ambas as filhas de Asuryan e Isha como esposas. O que causou ressentimento em Araushnee, que achava que ela, por ser a mais velha, deveria ser a líder do panteão e não queria dividir o marido. Vaul, aprendeu a manipular o fogo, lapidar as pedras e a forjar aço, e depois de um logo tempo, ela voltou para os Seldarine e deu presentes para os elfos, como a espada “Fazedora de Viúvas” para o pai, e usou o fogo branco de Asuryan criar as estrelas, e isso deu a ela o título de “Vaul, Forjadora de Estrelas”, além disso ela deu sua benção a alguns elfos e eles foram chamados de “Olve Onnár'Saar” (que significa elfos vermelhos de pedra/fogo).

      Tudo ia bem, e os elfos já existiam, até que um dia, a filha mais velha de Corellon e Araushnee (filha favorita dessa), Vandria Gilmadrith resolvei desafiar Khaine pelo título de deus da guerra élfico. O problema é que Khaine perdeu a cabeça durante o duelo e assassinou a própria neta, e foi preciso que Asuryan, Isha e Hoeth intervissem para impedir que o deus da guerra matasse Corellon e Araushnee que investiram contra ele. Ai Khaine foi amaldiçoado para ter sempre suas mãos sangrando como marca de sua loucura e ficou conhecido como o “primeiro assassino”. Quando esse deus recobrou a razão e viu o que fez, ele partiu, em vergonha, para além da realidade (a fronteira contra o Reino Distante) para lutar a batalha que mais ninguém poderia lutar. Já Asuryan, Isha e Hoeth se afastaram um pouco por não terem impedido a tragédia.

      Araushnee, que já tinha uma maldade e ambições inerentes, perdeu completamente qualquer resquício de bondade depois da morte da filha. E então manipulou Gruumsh para aproveitar que Khaine (o único deus élfico que o senhor dos orcs realmente tinha medo) e atacar Corellon. Ai foi similar ao que é narrado no livro “Races of the Wild”. Daí veio a 1º Cisão, que separou os Olve (leais aos Seldarine), e os Drow (os que traíram os Seldarine).

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    2. Gronark, o Senhor do "Amor"21 de outubro de 2023 às 12:31

      A 2º Cisão veio após o reinado de Aenarion, já que a raça estava começando a sofrer os efeitos da maldição da Espada de Khaine sacada pelo 1º Rei Fênix, além de que o clero de Khaine havia ressurgido, mas num aspecto mais maligno e sangrento. Mas tudo desandou quando o filho de Aenarion, o 1º meio-elfo do mundo, Malekhor, tentou tomar o controle da raça élfica ao fazerem com que os líderes das sub-raças élficas prendessem os ventos da magia dentro de joias para melhor controlar o véu mágico de Oarth. Só que os líderes élficos não sabiam que Malekhor havia criado um elmo negro, onde ele iria encrustar as joias para dominar todos os elfos do mundo e também poderia controlar a magia ao ponto de virar um deus. (Bem inspirado em Melkor/Sauron com as silmarils tendo o poder das Joias do Infinito). No meio da guerra civil, a ilha lendária de Ulthuan começou a afundar e os elfos todos se dividiram, sendo que a divisão mais marcante foi os Olve Silmacil (elfos da espada de prata/elfos cinzentos, que são como os noldor e se mantiveram leais a linhagem de Caledor) que se fragmentou pela metade, e os que seguiram Malekhor e os ensinamos do aspecto maligno de Khaine vieram a ser conhecidos como Olve Srukhari (Elfos do Sangue ou Elfos Sanguinários, que são os Dark Eldar de Warhammer). O nome Srukhari é uma homenagem a obra de Duna, e inspirado nos Sardaukar. Cujo culto praticamente é exatamente o que a gente esperava ver num culto maligno de Khaine.)

      https://www.youtube.com/watch?v=qWK3nkJhneE

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    3. Tolo demônio! Suas mentiras e falácias não têm lugar aqui. Como o sensato paladino de Helm disse acima, tais heresias criadas por seus servos devem ser simplesmente ignoradas!

      (A versão que trouxe aqui é de D&D 3.5 mesmo. Eu não coloquei a parte de Lolth envenenando a bainha da espada de Corellon porque aquilo por si já daria uma história à parte, e explorarei isso no próximo pergaminho, que fala sobre a guerra interna entre os Seldarine. A Dawn War foi criada nessa época, mas "canonizada" na 4a Edição. A versão que utilizo é a do AD&D, que é bem parecida, mas não envolve a intervenção de Sehanine; nela, após uma batalha longa e de proporções épicas, Corellon emerge vitorioso em combate singular, mas em meu cenário, fica subentendido que ambos são combatentes tão poderosos e equilibrados que o combate poderia ter terminado de outra forma.

      A história que vocês criaram mesclando o lore de Warhammer Fantasy e de D&D ficou simplesmente magnífica. Muito mais complexa e detalhada do que a versão da história canônica de D&D e que teve um impacto sobre os elfos no mundo "material" ainda mais profundo e interessante. Parabéns pelo excelente trabalho. Na minha mais sincera opinião, são grupos como o seu que deveriam estar fazendo streamings de D&D. Se esse tipo de história e cuidado com a ambientação fosse o "padrão", não estaríamos na triste situação que vivemos hoje).

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  3. Conteúdo muito bom!
    Eu conheço o original pelo Complete Book of the Elves de AD&D:
    https://vdocument.in/the-complete-book-of-elves.html

    Na minha opinião, os melhores suplementos de D&D da história estão nos Completes Books e nos Campaign Sourcebooks, sugiro a todos!

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    1. Concordo plenamente, nobre Sonhador. Muitos dos melhores suplementos da história de D&D estão concentrados me tomos como esses, lançados na época do AD&D. Até hoje, a versão dessa história que utilizo em meu mundo de campanha é a apresentada no Complete Book of the Elves.

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