segunda-feira, 16 de outubro de 2023

O ardil da WotC para destruir as referências clássicas de D&D

Saudações, guerreiros da Luz.

Dentro e fora do RPG, todos sabemos a importância que modelos de referência exercem em nossas vidas. Quando lidamos com Dungeons & Dragons, é impossível nos desvencilharmos dos pilares da fantasia clássica. Ao contrário do que os Bruxos da Costa tentam futilmente convencer as pessoas, D&D não começou de fato em 2014 e tudo o que existia antes, especialmente no que tange ao AD&D e TSR, não deve ser simplesmente “esquecido e apagado”.

Aqueles que começaram a jogar na década de 80 tiveram como referências óbvias os trabalhos de Tolkien e, especialmente a partir de 1985, os trabalhos de Salvatore, Weis e Hickman, sem contar em tudo aquilo que o lendário Ed Greenwood criou e escreveu. De personagens de romances como Tanis Meio-Elfo, Sturm Brightblade, Raistlin Majere, Bruenor Battlehammer e Drizzt Do Urden foram a referência para as primeiras gerações de jogadores de D&D, que criaram personagens e NPCs os tendo como base. Isso sem contar personagens clássicos como Conan e Elric.

Os jogadores que começaram um pouco mais tarde, no início dos anos 2000 tiveram a sua disposição uma verdadeira biblioteca de boas obras de literatura fantástica para ler e fundamentar sua base. E como na época os filmes de O Senhor dos Anéis chegaram ao cinema, grandes personagens como Aragorn, Gandalf, Elrond, Frodo, Arwen, Eowyn e companhia receberam um novo fôlego e novamente, se tornaram as maiores referências da área.

Após a pandemia, no entanto, os Bruxos da Costa colocaram em prática um projeto para acabar com qualquer coisa em D&D que faça menção a caráter, dignidade, responsabilidade, caracterização e até mesmo qualidade. Por isso, trabalham tanto em apagar o legado do jogo. Porque uma vez que não haja mais boas referências, uma vez que não haja mais bases, eles podem fazer virtualmente o que desejarem. Mais que isso, não precisarão mais de escritores, criadores e desenvolvedores minimamente competentes, porque não haverá mais base de comparação. Hoje sabemos que os livros de “orc smut” e outras perversões que entraram na fantasia são um verdadeiro lixo porque as comparamos com os clássicos. Mas na visão dos Bruxos, uma vez destruídos os clássicos, estaremos em um mundo onde nada tem valor (uma vez que novas obras são produzidas somente se estiverem de acordo com a torpe agenda vigente). E a partir do ponto em que tudo for lixo, caminhamos para uma realidade onde o lixo, de tão abundante, é relativizado e passa a ser considerado “normal”.

Em outras palavras, o novo padrão. É por isso que gigantes da mídia e streaming amargam anualmente prejuízos bilionários na tentativa de relativizar temas como perversão, sexualização de crianças, degeneração de valores, relativização do mal, etc. Eles esperam ter fôlego para um dia conseguirem relativizar e normalizar esse novo padrão, que mercadologicamente é muito mais fácil de ser mantido uma vez consolidado, já que se protege com o vil “escudo da diversidade” e é feito sem qualidade para um público sem senso crítico e sem inteligência. Mesmo a iniciativa não dando frutos por razões bastante óbvias, a WotC decidiu investir pesado nela como forma de lucrar mais e sem ter que se preocupar com qualidade. No entanto, os Bruxos da Costa perceberam que enquanto existirem obras de qualidade e referências bem escritas como ESTAS, eles jamais conseguirão empurrar para as pessoas insultos sofríveis como ESTE.

O que nós, veteranos e pessoas que realmente gostam de D&D podem fazer diante disso é trabalhar para que o lixo que companhias como a WotC tenta nos empurrar jamais se tornem o novo padrão. Conseguimos isso ao continuar incentivando a leitura dos clássicos e valorizando todas as iniciativas (antigas ou novas) que se baseiem neste modelo e ideal.

3 comentários:

  1. Gronark, o Senhor do "Amor"17 de outubro de 2023 às 12:13

    As histórias do passado estão sendo “atualizadas” para os padrões modernos, e aquelas que são tóxicas demais para a atualização serão simplesmente apagadas! Não vai demorar para que os livros de Tolkien, Lewis, Jordan, Howard, Lovecraft e muitos outros autores, sejam “reescritos”! No fim, os meus servos controlam o presente, reescrevem o passado e dominarão o futuro! O “amor” sempre vence o no final! HAHAHAHAHAHAHAHA

    Todos os tolos que se oporem aos meus cultistas serão “cancelados”, suas famílias serão caçadas e humilhadas, e até mesmo os parentes já falecidos serão vilipendiados, igual ao que aconteceu com Erik July! Tudo isso é permitido e exaltado quando são meus servos que o fazem em nome da “Diversidade e do Amor”! HAHAHAHAHAHAHA

    (Esse novo livro de D&D é para apresentar os novos personagens “icônicos” que irão aparecer nos livros novos de No-OneD&D. Eu duvido que esse livro aí vá vender muito. O mais engraçado é que a Wizards está copiando a estética do Critical Role. O pior é que a Hasbro não vai perder muita grana, porque ela quer é transformar o D&D num jogo virtual em que se “aluga” os livros, miniaturas e mapas. Dai eles vão cobrar um pouco “barato” para muita gente ter contas. Eles não se importam se jogam o jogo, o que eles querem é as pessoas tenham uma conta no D&D Beyond e paguem todo mês onde eles podem criar seus “avatares” e dizerem que são “jogadores de D&D”, mas no fim irão usar o negócio mais como um chat mesmo.

    Sobre as empresas de hoje estarem tentando apagar o passado, é exatamente o que você escreveu. Eles querem criar um novo padrão e enfiar garganta abaixo das pessoas para que essas consumam mais sem questionar, e ao mesmo tempo, quebram toda a individualidade das pessoas enquanto empurram essa agenda progressista. Acha que é coincidência a Wizards querer remover as palavras “witch, druid, shaman” ao mesmo tempo que o novo clérigo icônico é um anão que “barganha com os deuses em troca de poder”? Além disso some o novo filme do “Exorcista”, onde literalmente é o mesmo pensamento do clérigo, que pega o que quer de religiões diversas pra montar sua própria crença bizarra. E não se engane, já tem uma galera comprando essa ideia, e é fácil explicar. Porque é a única forma de um ateu militante de “aceitar” a existência de um clérigo sem surtar. O pior é que os caras são tão idiotas que não percebem que “alguém que comunga com espíritos em troca de poder” é um xamã! Dar um exemplo de alguém que quer que os clérigos virem “magos divinos”, e vou botar o link da discussão. É bem interessante que fala sobre D&D querer virar uma cópia do Critical Role.

    “I love, love, love the idea of clerics using "divine magic", which is a way of bargaining with and channeling deities as needed, rather than clerics being a champion of one particular diety. That's a great way to make D&D henotheism more compelling, and present a reason why all clerics use similar magic.”

    https://www.enworld.org/threads/clickbait-we-didnt-fall-for-wizards-is-copying-critical-role.700418/page-2

    Sobre o Artanis parecer o Mordenkainen, eu diria que ele me parece mais próximo Raistlin, pelo fato que ele quer mesmo é poder pessoal, e se livrar dos deuses porque o feiticeiro os vê como uma ameaça para si. A teologia dele sobre “libertar” os mortais seria mais uma “desculpa” para ele se auto-justificar. O pior é que o Gronark realmente iria aparecer para “aconselhar” o Artanis, e o pior disso, é que ele faria com que o feiticeiro perdesse todos os limites morais que ainda tem. Porque o Senhor do Sofrimento é praticamente um “Gandalf” maligno que quer ver sofrimento e desgraça sem se importar com nada, e cujo maior poder é “fazer a cabeça” das outras pessoas. Tanto que eu me inspirei em quatro figuras pra criar o Gronark, que são: O Pazuzu do Exorcista, o Coringa do Batman, o Freddy Krugger e o Iuz de Greyhawk. Se refizer a cena da Torre nas Crônicas de Elgalor, deixe o mais próximo do “Eclipse” de Berserk, aquilo lá é algo que o Gronark faria com os heróis, hahahahaha)

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    1. Tolo demônio, não pense que os atos hediondos de seus cultistas “em nome do amor e tolerância” passarão impune. A cada dia, mais pessoas se levantam para se opor contra sua ideologia torpe. Não importa o quanto seu mundo esteja corrompido, a Verdade jamais pode ser apagada ou reescrita. Tudo tem consequências, e seus servos estão prestes a descobrir que não podem “ser e fazer o que quiserem” sem arcar com o retorno disso.
      (Este livro realmente não irá vender, o que não é surpresa para ninguém, nem mesmo a gestão da WotC, que trabalhará para maquiar números em relatórios financeiros assim como fazem os executivos da Disney para encobertar o fracasso. Mas se a ideia deles é usar essa aberração como “novo padrão” icônico das classes, eles terão uma perda muito maior do que estão esperando.
      Pessoalmente, acho que a Hasbro amargará um prejuízo severo nessa investida de transformar D&D (por meio do D&D Beyond) em uma espécie de “streaming”. Primeiro porque esse modelo de negócios em si já se mostrou estar em queda no mundo todo. Segundo porque, ao contrário do que ocorre com a Amazon, Disney e Netflix, eles não terão um número de assinantes expressivo e consistente o bastante para arcar com as despesas inerentes do modelo. Em termos de impostos, este modelo de venda/aluguel de obras é bastante pesado nos EUA e EU (principais mercados de RPG no mundo). Em mercados menores, como Rússia, países árabes e Índia, o serviço provavelmente será proibido pelas autoridades por conta das insinuações de valores condenados pelas religiões vigentes. China, Korea e Japão não consomem RPGs ocidentais e muito menos nesse formato. Em suma, a mera sobrevivência desse modelo está baseada na expectativa completamente irrealista de que todos os desocupados de Twitter corram para se tornar assinantes e mantenham as assinaturas em dia. Isso não vai acontecer. Da mesma forma que jogadores de verdade por razões bastante obvias não comprarão a ideia. Este modelo está fadado ao fracasso antes mesmo de começar, e quanto mais a WotC tentar forçar esse tipo de porcaria, mais fundo será o buraco onde se perderão.
      Sobre essa verdadeira aberração em forma de livro, comentei com minha esposa e ela ficou bastante aborrecida com o “clérigo”. A ladina elfa obesa, o bardo Michael Jackson e o demônio de estimação são ridículos e passam uma ideia bastante ruim, mas nada perto do que esse clérigo/bruxo faz. Em D&D 4E, a WotC começou a destruir os paladinos. Agora, farão o mesmo com o clérigo, tentando assim quebrar os dois maiores pilares morais do jogo em termos de classe. Mas como várias pessoas demonstraram no fórum que compartilhou, a maioria não vai comprar essa ideia, e a WotC só receberá repúdio. Quem gosta ou se atrai por esse tipo de perversão são pessoas que não serão constantes o bastante para jogar e manter a empresa. Não funcionou com a Marvel, não funcionou com a DC e certamente não funcionará com D&D.
      Independente disso, acho muito importante que nós ressaltemos os bons exemplos e referências que temos, especialmente em termos de literatura, já que é dai que saíram os pilares do verdadeiro D&D. Enquanto essas referências de base existirem, a WotC não conseguirá transformar essas aberrações no novo “normal”.

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    2. Sobre Artanis, ele realmente se parece mais com Raistlin, tanto que o jogador o criou logo depois de terminado de ler a trilogia clássica de Dragonlance (desnecessário dizer que o mago era seu personagem favorito). A semelhança com Mordenkainen vem do fato dele se autoproclamar um indivíduo extremamente preocupado com a neutralidade e equilíbrio, mas que no fundo, está mesmo defendendo seus próprios interesses e visão de mundo. Mas a análise que fez dele está perfeita; ele realmente busca o poder acima de tudo, e tenta se auto-justificar a cada ato. Mas em última instância, tudo gira em torno do poder. Por isso, ele seria um "alvo fácil" para o Gronark. Sobre o Gronark, sabia que existia um pouco de "Coringa" nele. É um ótimo vilão.

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