segunda-feira, 8 de abril de 2024

O valor dos Heróis da Lança

Saudações, guerreiros da Luz.

Apesar de não ser sábio viver no passado, os Bruxos da Costa trabalharam arduamente para profanar D&D a ponto de que absolutamente nada de bom possa ser dito sobre o hobby em tempos modernos, e a perspectiva é de que isso piore ainda mais a partir deste ano. Assim, no intuito de espalhar um pouco de luz, recorramos às origens do jogo. A luz, nesse caso específico, trata-se de boas referências para criação de bons personagens. Em outras ocasiões, discorri sobre grandes heróis e verdadeiros exemplos de conduta e moral, que trazem ensinamentos imprescindíveis nos dias de hoje. Mas nesse pergaminho, trabalharei essa questão sobre outro viés; Pessoas moral e espiritualmente comuns e falíveis, mas que graças a um coração no lugar certo e muito esforço pessoal, são passíveis de redenção.

Creio que todos aqui já estejam levemente familiarizados com a saga Dragonlance. Apesar de poucos livros terem chegado a essas terras, o legado dos Heróis da Lança foi tão marcante que é difícil conhecer um jogador, mesmo da geração mais jovem, que não tenha ao menos ouvido falar na obra.

Eu sempre fui um jogador que prefere mundos de campanha como Toril (Forgotten Realms) e Oearth (Greyhawk) por conta da ambientação em si, seus personagens e divindades, mas há uma imensa riqueza e mérito no trabalho que Margaret Weis, Tracy Hickman e outros escritores e artistas fizeram com o mundo de Krynn (cenário de Dragonlance). Krynn tem diversas características que o tornam um mundo de campanha único e interessante, mas algo que sempre me chamou a atenção neste universo foram seus personagens. Eles não são épicos, grandiosos ou exemplos a serem seguidos, mas por serem extremamente “humanos”, conseguimos nos relacionar e identificar muito com eles, e esta, em minha opinião, é a maior das virtudes dos heróis de Dragonlance. 

Citando um exemplo rápido, entre os Heróis da Lança temos o guerreiro Tanis Meio Elfo que age como líder e ponto de união do grupo. Ele não possui nem de longe a sabedoria e invencibilidade de Drizzt Do’Urden. Em termos de caráter e capacidade de liderança, não se compara a Aragorn. Mas ainda assim, é alguém que, mesmo diante de todas as dúvidas e limitações, se esforça para fazer a coisa certa. Um ponto importante a se destacar é que contrário do que tem acontecido nas “aventuras” modernas de D&D, os heróis de Dragonlance arcam com as consequências de cada um de seus atos. E enquanto Drizzt e Aragorn dificilmente têm algo em seu passado pelo qual devem verdadeiramente se redimir, Tanis carrega consigo uma quantidade massiva de erros que não raro, ofuscam o valor de suas boas ações. O mesmo vale para todos os personagens dessa série; são pessoas "reais" que erram e acertam, e precisam lidar com as consequências de seus atos. 

Se buscarmos a Wikia de Dragonlance ou o site Dragonlance Nexus, podemos encontrar muita literatura sobre esses heróis, seus feitos e suas limitações. No entanto, encontrei um local inusitado, onde podemos conhecer de forma simples e objetiva traços interessantes desses personagens sem que se revelem grandes spoilers de suas aventuras. Aos interessados, basta entrar neste PORTAL.

Minha recomendação, a todos os jogadores de RPG que ainda não leram as principais obras de Dragonlance, é que o façam o quanto antes. Eles fornecem uma base sólida para se criar aventuras de fantasia mais verossímeis, diferentes das aventuras de super-heróis que têm dominado D&D nos últimos anos, e personagens que possam verdadeiramente crescer e aprender em suas aventuras.  Em suma, é uma leitura muito indicada, especialmente para os mais jovens jogadores e mestres das masmorras, que infelizmente cresceram em uma época de moral deturpada e vitimização que fragilizam e empobrecem todos os campos de nossas vidas.

2 comentários:

  1. Gronark, o Senhor do Sofrimento9 de abril de 2024 às 11:59

    Os heróis do passado como Tanis, Caramon, Sturm estão sendo esquecidos enquanto outros como Aragorn estão sendo “atualizados” (onde no Magic ele é o Rei dos reinos unificados de Gondor e Wakanda), e nada do que você, ou outros retrógados façam irá mudar isso! Minha “wokenet” irá caçar e exterminar qualquer um que se oponha a ideologia do “Amor”, HAHAHAHAHA

    Os poderes dos meus servos canceladores aumentam a cada dia, Senhor das Brisas, e agora até mesmo Elon Musk precisa prestar contas a Lex Luthor! Apenas as noticias permitidas pelos meus cultistas serão propagadas e aquelas que não importam (como o caso do “filho de um certo presidente que agrediu a esposa e a ameaçou dizendo que não importa o que acontecer, nenhum juiz irá condenar ele por ser filho do Grande Bruxo e que a família dele irá acabar com ela). No fim, a “demônio-cracia” irá triunfar! HAHAHAHAHA

    (Eu dei uma olhada nos últimos contos de Dragonlance foi tudo retconado. Praticamente colocaram uma protagonista no nível da Lacradriel, fizeram ela voltar no tempo e todo mundo é burro perto da genialidade da guria, até mesmo Raistlin abaixa a cabeça pra ela. É uma verdadeira piada, ainda mais quando essas histórias foram a coisa mais próxima do Senhor dos Anéis que já teve nas Camadas Unidas do Abismo.

    Oe meus personagens favoritos de Dragonlance são justamente o Raistlin e Caramon. O guerreiro por nunca ter desistido de salvar o irmão, e o mago por ser justamente o maior exemplo do que um mago de D&D é. Afinal, qualquer mago precisa se aventurar para conseguir recursos para pesquisar novas magias, caçar elas em calabouços esquecidos, se aliar a magos ou escolas arcanas... ou tomar grimórios de magos malignos, onde tem um monte de magia sinistra e vai corrompendo o conjurador com o tempo. Exatamente o que aconteceu com o Raistlin, e o engraçado é que o meu irmão e o Thiago não permitem que os magos ganhem 2 magias ao passarem de nível, literalmente quem joga de mago conosco precisa caçar as magias por “todos os meios possíveis”. Hahahaha)

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  2. Tolo demônio, enquanto o verdadeiro Aragorn será lembrado por gerações, seu Afrogorn já estava fadado ao escárnio e esquecimento no primeiro dia em que essa profanação foi anunciada. Ao contrário do grande herói de Tolkien, a caricatura de seus cultistas nada mais será do que uma mera piada de mal gosto já esquecida. Em relação a sua Wokenet, veremos se ela sobrevive quando o paladino louco derrotar seu profanador DEMOcrata no final deste ano. Seus bruxos da Estrela Vermelha ficarão isolados.

    Nessas terras sob o julgo sombrio do Pacto das Trevas, seu servo Luthor tem poder, mas ele agora enfrenta um adversário que literalmente não pode tocar. Inclusive há indícios de que no final deste embate, a famigerada rede social onde seus lacaios espalham a corrupção e choramingam sobre seus terríveis problemas imaginários seja suspensa.

    (Foquemos em Dragonlance, porque realmente não tenho gosto algum para falar sobre a situação vergonhosa que vivemos. Eu não li a nova trilogia, mas vi que ela foi escrita "sob encomenda" e é abissal de tão ruim. Curiosamente, esses livros mais novos são mais baratos do que quaisquer livros de Dragonlance no mercado, tamanho o fracasso. A protagonista é vazia, mimada e insuportável como todos sabíamos que seria, mas o fato dela ser usada para profanar a memória de personagens como Sturm e Raistlin realmente enfureceu os leitores da nossa geração. Muito da revolta de Weis com a WotC vem das críticas que ela recebeu dos verdadeiros fãs de Dragonlance.

    No caso da minha mesa, esses livros tiveram um impacto grande nos personagens criados entre 2004-2005, quando todos leram a trilogia clássica. O personagem Artanis foi totalmente inspirado em Raistlin, tivemos um mago baseado em Fizban e até uma guerreira chamada Kitiara, que foi feita por minha esposa quando estava ainda lendo o primeiro livro, que logo depois se arrependeu amargamente de ter escolhido esse nome. Logo em seguida, ela criou uma clériga fortemente baseada em Lua Dourada. Houve na mesa também muitos "Sturms e Caramons". Os meus personagens favoritos da série, no entanto, eram Vendaval e Lua Dourada. Na época, fiquei frustrado porque os dois não apareceram muito, mas quando descobri o livro "Riverwind the Plainsman" fiquei bastante contente em conhecer mais sobre o personagem.

    A questão da aquisição de magias dos magos é algo que concordo plenamente com você e Thiago. Se fosse possível ser um grande mago fechado em uma torre, não haveria magos aventureiros. Nas minhas campanhas mais antigas, quando um mago encontrava o grimório de outro mago derrotado, era como se o guerreiro tivesse encontrado uma espada vorpal. Aprender magias era difícil, mas exatamente por isso, muito gratificante. Coisa que infelizmente, os jogadores de hoje em dia jamais conhecerão).

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