Há anos os mais velhos de nós,
que acompanharam Dungeons and Dragons desde as décadas de 80 e 90, discutimos
que o jogo perdeu sua essência nos últimos vinte anos, e tal perda de
identidade e distorção de valores se intensificou brutalmente nos últimos quatro
anos. Tanto que as perspectivas para a nova edição de 2024 são bastante
pessimistas, mesmo para aqueles que continuam jogando D&D 5e apesar de
todos os atos nefastos dos Bruxos da costa.
No entanto, mesmo nesse cenário
desolador, bons homens e mulheres escolhem não cruzar os braços e tentar criar
algo “novo”, mas que honre e represente o legado e tradições do passado. As
equipes de Castles & Drusades e Old Dragon se destacam nesses nobres atos,
e enquanto permanecerem nesse caminho, terão meu incondicional apoio e
respeito. Entretanto, com grande surpresa, notei que mais um valoroso grupo de
heróis dessas terras se juntou a batalha para trazer de volta o espírito de
D&D.
Recentemente, o brasileiro
Giltonio Santos e sua equipe de jogo criaram uma espécie de “AD&D Contemporâneo”,
sob a alcunha de Túmulos & Tigres. O jogo está em fase de desenvolvimento,
mas há um material completo e infinitamente melhor produzido do que os
playstests dos infames Daggerheart RPG e Tales of the Valiant. O livro básico de playtest de Túmulos & Tigres conta com quatro classes
disponíveis, cinco raças (sim, RAÇAS), regras de jogo e bestiário disponíveis
para download no modelo “Pay What You Want”.
Trata-se de um trabalho ainda em
finalização, mas que mostra esmero e um verdadeiro desejo de se resgatar o que
foi perdido. As regras são claras, funcionam bem e a arte (produzida
sabiamente por Inteligência Artificial bem orientada, já que estamos lidando com um
projeto sem grandes fundos) é espetacular, e de longe, muito superior a
qualquer coisa que a WotC tenha trazido nos últimos anos. E apesar do fato de que nem todas as inovações adotadas são do meu agrado pessoal, é inegável que funcionam, e que o livro carrega em si a essência do AD&D, assim como se propõe.
Recomendo fortemente que conheçam
esse nobre trabalho e apoiem a iniciativa. Para tanto, basta entrar neste
PORTAL.
(Uma coisa que esqueci de dizer no post passado é que estamos jogando a campanha “A Coroa da Podridão” (Carrion Crown) adaptada para Greyhawk, que tem muitos elementos de terror clássico bem ao estilo Castlevania/Van Helsing. Pro cenário que se passa essa campanha foi escolhido o ducado Teth e parte dos Reinos Bandidos e dos Clãs dos Ermos, que praticamente virou quase que a Transilvânia/Ravenloft, onde tem clãs de vampiros, licantropos, bruxas, necromantes, demonologistas, cultistas insanos, cientistas loucos, druidas hereges, bárbaros sanguinários e toda sorte de horrores.
ResponderExcluirPara tentar dar ordem ao local, a Teocracia de Pale tá expandido a evangelização de Pholtus (que foi fundido com o Saint Cuthbert na nossa campanha) nessas terras e tentar proteger os fiéis convertidos. O problema é que as facções começaram a ficar mais violentas e uma delas, o “Culto da Mão” (de Vecna) começou a profetizar o retorno do antigo lich tirano e ficar mais influente contra as outras.
Vendo que a situação no reino fronteiriço estava piorando, os maceiros pediram ajuda ao conselho de cardeais na cidade de Romna (Wintershiven no original, mas meu irmão mudou o nome pra ficar mais legal que Inverno Gelado). E o Papa decretou situação de urgência e mandou alguns destacamentos da Estrela (que é o braço inquisitorial da igreja de Pholtus) para fazerem uma inquisição no local para punir os malfeitores e proteger os fiéis.
Um dos destacamentos é o nosso grupo, que praticamente é um bando de guerra liderado pela Capitã Caçadora de Bruxas Eleonor, o meu cavaleiro templário Sir Krestor, o batedor Dalvus (irmão da Eleonor), a médica Virian, a maga abjuradora (licenciada pela igreja) Brenna e o clérigo Barvod. O engraçado disso é que a Eleonor é a personagem da minha esposa e ela deu uma virada total, pois ela sempre gostou de bruxas, druidas e magas e agora tá como uma inquisidora ferrenha. Tanto que eu ajudei ela com a classe porque ela não queria usar a do Path que usa magia, mas sim uma ranger, daí ajudei a ela escolher a classe Slayer, que praticamente é um witch Hunter de Warhammer. A zoeira é que a Eleonor é uma ruiva igual a Selwyna, só que usando uma pistola numa mão e um chicote na outra pra brincar de Belmont, hahahahaha)
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Engana-te, demônio, se pensas que seus lacaios nefastos da Demoflix, Amamon irão triunfar com suas profanações hediondas de Wokevania, Wokehammer ou verdadeiras carniças como a nova "adaptação" de Drácula de Bram Stoker. Vocês todos serão destruídos pelo próprio "amor" que espalham. Prova disso é o que está acontecendo atualmente com seus Bruxos da Costa. Creio que já sabe que sua cultista Cynthia Williams, a degenerada incompetente que não sabe o que é RPG, mas que você colocou no comando da WotC, foi demitida esta semana. O Lobo de Aço já ameaçou também deixar o projeto da Amamon por conta do que os seus cultistas estão tentando fazer com o cenário de Warhammer. Seus servos cairão. Como dizia o sábio mestre Tolkien, não há escuridão que dure para sempre.
ResponderExcluir(Sobre Túmulos & Tigres, gostei muito do trabalho que fizeram. Notei que o criador é um jogador da nossa geração, que também deseja preservar aquilo que realmente fazia D&D algo especial. Você tem razão no que diz que provavelmente este será um jogo de nicho, mas é excelente que haja essa opção disponível a todos, especialmente nessas terras. O fato de haver algo novo que jogadores da nossa época possam aproveitar é sem dúvida, algo a se comemorar. E se grupos mais novos começarem a aderir também, será ótimo para todo o hobby. Esta é uma iniciativa que faço questão de apoiar integralmente, até porque traz muito do legado do AD&D (versão do jogo que particularmente mais gosto) de maneira que nunca foi feita até aqui.
Sobre o vídeo, ainda não assisti todo, mas concordo plenamente com o crítico. Se você pensa que você e seu personagem são a mesma pessoa, há algo muito errado com você. No meu grupo, quando recebíamos jogadores mais jovens (17-19 anos), eu sempre fazia questão de reforçar que aquele era um jogo de contar histórias e superar desafios. Era um passatempo, uma diversão, que poderia sim trazer algumas reflexões importantes sobre nossas vidas e escolhas à medida que jogamos (assim como todo bom livro de fantasia também o faz). Mas nunca deveria ser um "escape da vida real". Nós não vivemos por meio de nossos personagens. Nos divertimos por meio deles. Nossa vida, missão e sentido estão aqui, no mundo real. Isso nunca deve ser esquecido.
Em relação a sua campanha, agradeço por ter compartilhado (senti falta dessas histórias). A ambientação que criaram ficou muito interessante. Em um local como esse, apenas divindades "severas" como Pholtus e St. Cuthbert têm chance real de conseguir colocar alguma ordem. Especialmente se estão fundidos. Este tipo de ambientação no estilo Ravenloft/Castlevania é mesmo muito interessante de se jogar. Gostei muito do conceito da Eleonor, e dentro do que sua esposa queria, a classe Slayer adaptada é indubitavelmente o melhor caminho. E não posso julgar o "chicote dos Belmont", porque tempos atrás cheguei a criar a história de um mangual mágico cuja corrente se expandia a vários metros de distância, que um grande ferreiro anão forjou a pedido dos Patriarcas da Teocracia de Loregard (seguidores fervorosos de St. Cuthbert), que santificaram a arma tornando-a sagrada e ainda mais poderosa para que fosse a arma suprema contra as Crias da Noite...).