quinta-feira, 18 de abril de 2024

Túmulos & Tigres: A busca pelo espírito de AD&D

Saudações, guerreiros da Luz.

Há anos os mais velhos de nós, que acompanharam Dungeons and Dragons desde as décadas de 80 e 90, discutimos que o jogo perdeu sua essência nos últimos vinte anos, e tal perda de identidade e distorção de valores se intensificou brutalmente nos últimos quatro anos. Tanto que as perspectivas para a nova edição de 2024 são bastante pessimistas, mesmo para aqueles que continuam jogando D&D 5e apesar de todos os atos nefastos dos Bruxos da costa.

No entanto, mesmo nesse cenário desolador, bons homens e mulheres escolhem não cruzar os braços e tentar criar algo “novo”, mas que honre e represente o legado e tradições do passado. As equipes de Castles & Drusades e Old Dragon se destacam nesses nobres atos, e enquanto permanecerem nesse caminho, terão meu incondicional apoio e respeito. Entretanto, com grande surpresa, notei que mais um valoroso grupo de heróis dessas terras se juntou a batalha para trazer de volta o espírito de D&D.

Recentemente, o brasileiro Giltonio Santos e sua equipe de jogo criaram uma espécie de “AD&D Contemporâneo”, sob a alcunha de Túmulos & Tigres. O jogo está em fase de desenvolvimento, mas há um material completo e infinitamente melhor produzido do que os playstests dos infames Daggerheart RPG e Tales of the Valiant. O livro básico de playtest de Túmulos & Tigres conta com quatro classes disponíveis, cinco raças (sim, RAÇAS), regras de jogo e bestiário disponíveis para download no modelo “Pay What You Want”.

Trata-se de um trabalho ainda em finalização, mas que mostra esmero e um verdadeiro desejo de se resgatar o que foi perdido. As regras são claras, funcionam bem e a arte (produzida sabiamente por Inteligência Artificial bem orientada, já que estamos lidando com um projeto sem grandes fundos) é espetacular, e de longe, muito superior a qualquer coisa que a WotC tenha trazido nos últimos anos. E apesar do fato de que nem todas as inovações adotadas são do meu agrado pessoal, é inegável que funcionam, e que o livro carrega em si a essência do AD&D, assim como se propõe.

Recomendo fortemente que conheçam esse nobre trabalho e apoiem a iniciativa. Para tanto, basta entrar neste PORTAL.

3 comentários:

  1. Gronark, o Senhor do "Amor"19 de abril de 2024 às 13:22

    Os túmulos já foram violados e os tigres estão quase extintos, senhor dos tolos! Os antigos jogos estão tão perdidos quantos os livros e filmes de antigamente. Agora as únicas histórias e jogos produzidos são aqueles criados pelos meus servos do Critical Role ou os que são “atualizados” como “Roda de Sodoma” da Amamon ou “Wokevania/Drácula HDTV” da “Merdflix”. Veja como a grande maioria “ama” esses novos produtos enquanto demoniza tudo que veio do passado. E você, e outros seres antigos e “desatualizados”, não podem derrotar os meus cultistas, pois eles são tão devotos da ideologia do “amor” que não hesitam em mutilar seus filhos, ou até mesmo matá-los ainda dentro do ventre! Tudo em nome do “amor”, e saiba que agora você está sozinho, porque tanto o Sonhador quanto o Bardeco já devem ter sido devorados por ratos, HAHAHAHAHA
    (É bom ver iniciativas assim surgindo assim, ainda mais depois que a Wizards deixou claro que não liga nem um pouco para os brasileiros. Pelo menos as pessoas nesse país decadente vão ter uma chance de tentar achar algo de qualidade, mas eu duvido muito, no fim vai ser só alguns afortunados da nossa época passando o legado dos jogos adiante para algumas pessoas escolhidas enquanto o resto apodrece e abandona o hobby.

    Eu achei um vídeo muito bom que fala sobre aquilo que a gente discutia sobre as pessoas hoje usarem D&D como uma forma de terapia e seus personagens como avatares de si mesmo. Chega a ser bizarro, porque no vídeo mostra uma guria falando que o objetivo de D&D é poder ser “si mesma, e que não se pode separar o eu do personagem. Sendo literalmente um avatar e tudo que acontece com ele pode “ferir” o jogador. Só olhar os 10 primeiros minutos. O cara que faz a critica falou a coisa mais certa. “Se você pensa que seu personagem e você são a mesma pessoa, então você é doente e precisa de ajuda profissional de verdade”.)

    https://www.youtube.com/watch?v=wFtccSidvTE

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    1. Gronark, o Senhor do "Amor"19 de abril de 2024 às 13:23

      (Uma coisa que esqueci de dizer no post passado é que estamos jogando a campanha “A Coroa da Podridão” (Carrion Crown) adaptada para Greyhawk, que tem muitos elementos de terror clássico bem ao estilo Castlevania/Van Helsing. Pro cenário que se passa essa campanha foi escolhido o ducado Teth e parte dos Reinos Bandidos e dos Clãs dos Ermos, que praticamente virou quase que a Transilvânia/Ravenloft, onde tem clãs de vampiros, licantropos, bruxas, necromantes, demonologistas, cultistas insanos, cientistas loucos, druidas hereges, bárbaros sanguinários e toda sorte de horrores.

      Para tentar dar ordem ao local, a Teocracia de Pale tá expandido a evangelização de Pholtus (que foi fundido com o Saint Cuthbert na nossa campanha) nessas terras e tentar proteger os fiéis convertidos. O problema é que as facções começaram a ficar mais violentas e uma delas, o “Culto da Mão” (de Vecna) começou a profetizar o retorno do antigo lich tirano e ficar mais influente contra as outras.

      Vendo que a situação no reino fronteiriço estava piorando, os maceiros pediram ajuda ao conselho de cardeais na cidade de Romna (Wintershiven no original, mas meu irmão mudou o nome pra ficar mais legal que Inverno Gelado). E o Papa decretou situação de urgência e mandou alguns destacamentos da Estrela (que é o braço inquisitorial da igreja de Pholtus) para fazerem uma inquisição no local para punir os malfeitores e proteger os fiéis.

      Um dos destacamentos é o nosso grupo, que praticamente é um bando de guerra liderado pela Capitã Caçadora de Bruxas Eleonor, o meu cavaleiro templário Sir Krestor, o batedor Dalvus (irmão da Eleonor), a médica Virian, a maga abjuradora (licenciada pela igreja) Brenna e o clérigo Barvod. O engraçado disso é que a Eleonor é a personagem da minha esposa e ela deu uma virada total, pois ela sempre gostou de bruxas, druidas e magas e agora tá como uma inquisidora ferrenha. Tanto que eu ajudei ela com a classe porque ela não queria usar a do Path que usa magia, mas sim uma ranger, daí ajudei a ela escolher a classe Slayer, que praticamente é um witch Hunter de Warhammer. A zoeira é que a Eleonor é uma ruiva igual a Selwyna, só que usando uma pistola numa mão e um chicote na outra pra brincar de Belmont, hahahahaha)

      https://i.pinimg.com/1200x/cd/43/e4/cd43e476a1756c4a3107c03bec20725b.jpg

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    2. Engana-te, demônio, se pensas que seus lacaios nefastos da Demoflix, Amamon irão triunfar com suas profanações hediondas de Wokevania, Wokehammer ou verdadeiras carniças como a nova "adaptação" de Drácula de Bram Stoker. Vocês todos serão destruídos pelo próprio "amor" que espalham. Prova disso é o que está acontecendo atualmente com seus Bruxos da Costa. Creio que já sabe que sua cultista Cynthia Williams, a degenerada incompetente que não sabe o que é RPG, mas que você colocou no comando da WotC, foi demitida esta semana. O Lobo de Aço já ameaçou também deixar o projeto da Amamon por conta do que os seus cultistas estão tentando fazer com o cenário de Warhammer. Seus servos cairão. Como dizia o sábio mestre Tolkien, não há escuridão que dure para sempre.

      (Sobre Túmulos & Tigres, gostei muito do trabalho que fizeram. Notei que o criador é um jogador da nossa geração, que também deseja preservar aquilo que realmente fazia D&D algo especial. Você tem razão no que diz que provavelmente este será um jogo de nicho, mas é excelente que haja essa opção disponível a todos, especialmente nessas terras. O fato de haver algo novo que jogadores da nossa época possam aproveitar é sem dúvida, algo a se comemorar. E se grupos mais novos começarem a aderir também, será ótimo para todo o hobby. Esta é uma iniciativa que faço questão de apoiar integralmente, até porque traz muito do legado do AD&D (versão do jogo que particularmente mais gosto) de maneira que nunca foi feita até aqui.

      Sobre o vídeo, ainda não assisti todo, mas concordo plenamente com o crítico. Se você pensa que você e seu personagem são a mesma pessoa, há algo muito errado com você. No meu grupo, quando recebíamos jogadores mais jovens (17-19 anos), eu sempre fazia questão de reforçar que aquele era um jogo de contar histórias e superar desafios. Era um passatempo, uma diversão, que poderia sim trazer algumas reflexões importantes sobre nossas vidas e escolhas à medida que jogamos (assim como todo bom livro de fantasia também o faz). Mas nunca deveria ser um "escape da vida real". Nós não vivemos por meio de nossos personagens. Nos divertimos por meio deles. Nossa vida, missão e sentido estão aqui, no mundo real. Isso nunca deve ser esquecido.

      Em relação a sua campanha, agradeço por ter compartilhado (senti falta dessas histórias). A ambientação que criaram ficou muito interessante. Em um local como esse, apenas divindades "severas" como Pholtus e St. Cuthbert têm chance real de conseguir colocar alguma ordem. Especialmente se estão fundidos. Este tipo de ambientação no estilo Ravenloft/Castlevania é mesmo muito interessante de se jogar. Gostei muito do conceito da Eleonor, e dentro do que sua esposa queria, a classe Slayer adaptada é indubitavelmente o melhor caminho. E não posso julgar o "chicote dos Belmont", porque tempos atrás cheguei a criar a história de um mangual mágico cuja corrente se expandia a vários metros de distância, que um grande ferreiro anão forjou a pedido dos Patriarcas da Teocracia de Loregard (seguidores fervorosos de St. Cuthbert), que santificaram a arma tornando-a sagrada e ainda mais poderosa para que fosse a arma suprema contra as Crias da Noite...).

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